sexta-feira, 7 de novembro de 2008






esperar, mesmo, pelo, não.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

é a pressa que nos conduz

somos conduzidos

músculos instantâneos

cabelos que mudam, por cores

cortes

recortes

penteados

e nem tempo pra nos pentear temos

de repente: o medo

que um raio caia sobre nossas cabeças

pobres anônimos conduzidos

sorrisos programados

como flashes digitais

como letras que surgem com os polegares vazios

cabeças vazias

corpos vazios

e anabolizados

que nos custa esperar?

quanto custa sentar?

quanto vale sorrir, se tudo que queremos

é ser máquina?

e ser gente ficou obsoleto

segunda-feira, 3 de novembro de 2008



















vamos todos evitar qualquer manifestação de sorriso.

sábado, 1 de novembro de 2008

Todos o culpavam por tudo. Por descobrir a América, por ser multicolorido e por fazer as cabeças alheias. Mas era um gênio, há de convir que era.

Não se sabia claramente que trabalhos fazia, era apenas um rude cavalheiro vagante, não confundir com errante, pois esse, Cervantes já o tinha escrito. Era vagante por ser nômade em seus pensamentos. Trazia sempre o queixo baixo como garantia de servidão, servidão essa que era seu enigma. Servia aos fortes e os fracos: que se humilhassem!

Confesso que sempre gostei de fortes gênios, e esse o era. Dos melhores! Fazia amor com todos, rosnava quando algo lhe torcia o nariz e sempre era requisitado pelas pessoas.

 

- que fará sábado?

- dormir!

- dormir é pros fracos.

- sair para o tolos!

Nunca foi um tolo. A tolice raramente lhe visitava, só quando em ataques de personalidade. Podia ser muitos! Podia ser algo ou nada, e preferia a segunda opção.

 

- é tô bem...

- “é to bem” não parece bem.

 

Que lhe podia parecer? Uma criatura sem voz? Uma pobre alma de coração vagabundo que espera o riso de Irene? Nem. De pobre só tinha as economias bancárias, apesar de andar sempre em grande alinho. Era apenas uma crosta vazia. Mas por fora estava sempre super bem... mas a frieza ainda esquentava-lhe o sangue. E fazê-lo ferver era comum, como um combustível de sobrevivência. Isso! Sobreviver é o verbo, pois viver ficaria para os fracos. Mas ficar em casa aos sábados também, então o que faria ele? Conduzir as pobres almas de coração vagabundo que esperam o riso de Irene.