segunda-feira, 14 de abril de 2008

Era mais uma noite daquelas. O tapete da entrada estava repleto de lama. Muitas pessoas haviam deixado rastros por ali, e fora a chuva molhava as calçadas silenciosamente, um ruído gostoso de ouvir. Eram os aplausos.
Mais uma vez Carmem Dulce havia agradado a todos. Seu carisma e encanto transcendiam a pouca experiência nos palcos. Mas era Carmem Dulce. E ela era perfeita, sempre, mesmo quando lhe davam personagens menos importantes, quanto à permanência em cena. E sempre arrancava euforia do público que acompanhava atenciosamente cada aceno bobo pros flashes de flagras. Encerrando o espetáculo colossal ela repousava no enorme cabide. Ela se juntava aos trapos e poeiras, esquecida, como se todos os olhares, ainda registrados na gaveta das lembranças, não pudessem salvá-la totalmente do esquecimento.

2 comentários:

D. disse...

ela queria salvamento?

D. disse...

"salvamento"