Era mais uma noite daquelas. O tapete da entrada estava repleto de lama. Muitas pessoas haviam deixado rastros por ali, e fora a chuva molhava as calçadas silenciosamente, um ruído gostoso de ouvir. Eram os aplausos.
Mais uma vez Carmem Dulce havia agradado a todos. Seu carisma e encanto transcendiam a pouca experiência nos palcos. Mas era Carmem Dulce. E ela era perfeita, sempre, mesmo quando lhe davam personagens menos importantes, quanto à permanência em cena. E sempre arrancava euforia do público que acompanhava atenciosamente cada aceno bobo pros flashes de flagras. Encerrando o espetáculo colossal ela repousava no enorme cabide. Ela se juntava aos trapos e poeiras, esquecida, como se todos os olhares, ainda registrados na gaveta das lembranças, não pudessem salvá-la totalmente do esquecimento.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
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2 comentários:
ela queria salvamento?
"salvamento"
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