sábado, 26 de maio de 2007

Prélio



Lá fora o sol irradia
e sopra nos meus cabelos.
O frescor da menta é cultivado em meus olhos
e a vida insiste em passear pelo campo aberto.
Quero calar a boca e
bocejar à vontade.
O céu convida pr'um beijo.
Lua, sol e nuvens.
O vento insiste em me arrastar pro infinito.
A chuva tarda,
o sorriso falha
e a boca cala.
A fantástica máscara canta e regojiza.
A bala de menta insiste em refrescar.
Meus falhos desejos são recortados a gosto.
Minhas têmporas salivam
e minhas mãos ásperas suplicam
por uma pequena
pausa.
Meus pesadelos cessam por um instante.
Príncipes e princesas buscam um beijo a mais.
E a fronte quer apenas um espelho
e contemplar as horas.
A calma invade o corpo.
E a preguiça expulsa qualquer
resquício de saudade.
Meus nobres sonham repousam
num leito macio e brando.
As horas correm e o pulso pára.
Uma torrente de brasas cai em meu peito.
Pernas bambas.
Preces em leito de morte.
Morte e sonho se encontram.
E mais uma vez o hálito de menta
a recordar as lembranças.
O juízo é próximo.
Fim e Início travam uma guerra.
Batalhas, duelos e pontes.
O caminho mais curto é longe e tenebroso.
Minhas pupilas dilatam e o peito bate em
desespero.
Medo. Eu só vou dormir com medo.
Sonhos, guerras e hortelã.
Minhas balas são contadas em quilo.
Minhas unidades existem em se contradizer.
Pupilas, menta e horas.
Rogo e não alcanço,
mas colho sem plantar.
: Jander Alcântara

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